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Machado de Assis: “Caçador de Monstros” contra Machado de Assis: o monstro literário

Luiz Antonio Silva • jun. 11, 2021

A recepção de Machado de Assis: caçador de monstros não é uma simples leitura de HQ, mas, sim, a realização de uma radical hibridização cultural que sentimos falta hoje

Machado de Assis ao lado de diversos artistas e escritores.



O livro em quadrinhos Machado de Assis: “Caçador de Monstros” é uma experiência artística na qual há profundas transgressões nos limites entre a cultura erudita e cultura de massa.


Assim, os leitores que conhecem a obra de Machado e sua biografia e os que não conhecem encontrarão diferentes formas de prazer na leitura.


Para os que conhecem, fica evidente a capacidade criativa deste trabalho ao unir falas, momentos da vida do autor, concepções filosóficas ironizadas por Machado com momentos de aventura e suspense que caracterizam esse gênero de publicação.  conte


Para aqueles que estão conhecendo agora a produção literária, jornalística e a vida do considerado maior escritor da literatura brasileira, essa história é uma fantástica porta de entrada, livre do exagerado academicismo e interpretações radicalmente teóricas que geralmente construiu a errada idéia que Machado é um escritor para poucos.


Nessa história em quadrinhos escrita por Marcelo Alves e com arte de Sami Souza, Machado de Assis é apresentado com um jovem escritor que vive no Rio de Janeiro da década de 1860 quando ocorre uma série de estranhos assassinatos.


Nesse universo de suspense, Machado passa a investigar essas mortes com auxílio de seus personagens das obras literárias, tais como Brás Cubas, Quincas Borba e outros.


Ao mesmo tempo, o jovem Machado de Assis é auxiliado por outro personagem machadiano, Conselheiro Aires, na luta contra os monstros que pretendem implantar a Ordem da Noite Eterna no Brasil. 


Assim como ocorreu com obras nas quais escritores e personagens históricos passaram agir ficcionalmente ou em lugares reais, os leitores podem percorrer as ruas do Rio de Janeiro dos anos sessenta do século XIX e sentir suas ambiências e características.


Isso permite que essa HQ abra um outro caminho, já experimentado por produções ficcionais no qual as cidades como Londres, Paris e outros grandes centros do século XIX sejam vivenciados por meio de sensações despertadas pelo narrativa ficcional.


Essa história representa uma grande contribuição para uma nova postura em relação ao lugar de Machado de Assis no imaginário brasileiro.


O processo feito para estabelecer Machado como o maior escritor de todos os tempos criou uma imagem de um escritor carrancudo, inteligente, um legítimo representante da alta cultura que não tem nada a ver com a maior parte da população.


Um uso de gênero artístico da cultura de massa como a história em quadrinhos permite transgredir tais limitações imposta por mais de cento e cinquenta anos na cultura brasileira.



Conclusão


Por esses motivos, afirmamos que a recepção de Machado de Assis: caçador de monstros não é uma simples leitura de HQ, mas, sim, a realização de uma radical hibridização cultural que sentimos falta hoje.


Atualmente, há muitos discursos sobre a necessidade de quebrar as fronteiras impostas pela elitização da literatura e poucas ações. Marcelo Alves e Sami Souza conseguem realizar tal desafio com criatividade, leveza e talento nessa fantástica narrativa transmídia.



Autor do artigo: Luiz Antonio Silva, Graduação em História na UERJ. Mestrado e Doutorado em Estudos de Literatura PUC-Rio. Doutorando em História Social no IFCS – UFRJ e professor nas Faculdades Souza Marques.

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Os quadrinhos e o cinema têm uma relação estreita desde os primórdios do cinema. Os primeiros filmes de animação, como Gertie, the Dinosaur (1914) de Winsor McCay, foram baseados em personagens de quadrinhos. No Brasil, essa relação também é forte, e a adaptação de quadrinhos para o cinema é uma prática comum há décadas. As primeiras adaptações de quadrinhos para o cinema no Brasil Uma das primeiras adaptações de quadrinhos para o cinema no Brasil aconteceu foi a produção de O Judoka, baseado no personagem criado pela dupla Pedro Anísio e Eduardo Baron. Nos anos 70 e 80, as adaptações de quadrinhos para o cinema foram marcadas pela presença de personagens clássicos, como Turma da Mônica, Menino Maluquinho e Chico Bento. Essas adaptações foram responsáveis por popularizar ainda mais os personagens de quadrinhos no Brasil, tornando-os ícones da cultura popular. A nova era das adaptações de quadrinhos no Brasil Nos últimos anos, as adaptações de quadrinhos para o cinema ganharam um novo fôlego no Brasil. A presença de grandes estúdios e produtores no mercado brasileiro, aliada a um interesse cada vez maior do público por histórias em quadrinhos, tem impulsionado a produção de filmes baseados em personagens dos quadrinhos. Um dos maiores exemplos dessa nova era é a adaptação de Turma da Mônica: Laços, que estreou em 2019 e se tornou um sucesso de crítica e público. O filme, baseado na graphic novel de mesmo nome, foi produzido pela Mauricio de Sousa Produções em parceria com a Paris Filmes e teve direção de Daniel Rezende. Os desafios das adaptações de quadrinhos para o cinema Apesar do sucesso de algumas adaptações, a relação dos quadrinhos com o cinema no Brasil também é marcada por desafios. Um dos principais é a falta de incentivo e investimento por parte do governo e das empresas privadas, o que torna difícil a produção de filmes de grande porte. Além disso, muitas vezes as adaptações de quadrinhos para o cinema são criticadas por não serem fiéis às histórias originais. Os fãs de quadrinhos costumam ser bastante exigentes e esperam que as adaptações sejam o mais fiéis possível às suas expectativas. Isso pode gerar polêmicas e discussões acaloradas entre os fãs, mas também pode ser uma oportunidade para os produtores de cinema repensarem suas estratégias e criarem adaptações mais cuidadosas e respeitosas. Desafios e oportunidades Apesar das oportunidades e dos sucessos já alcançados, as adaptações de quadrinhos para o cinema no Brasil ainda enfrentam alguns desafios. Um deles é a falta de incentivo e investimento por parte dos governos e das empresas do setor. Como mencionado anteriormente, os filmes de quadrinhos têm um grande potencial de bilheteria e de público, mas ainda não recebem o mesmo reconhecimento e apoio que outros gêneros do cinema. Outro desafio é a falta de uma indústria de quadrinhos consolidada no Brasil . Embora existam muitos quadrinistas talentosos e produções de qualidade, o mercado de quadrinhos ainda é bastante segmentado e fragmentado, o que dificulta o desenvolvimento de projetos mais ambiciosos e de maior alcance. No entanto, apesar dos desafios, as adaptações de quadrinhos para o cinema no Brasil também representam uma grande oportunidade de crescimento e desenvolvimento para o setor. Com o aumento da popularidade dos quadrinhos e a expansão do mercado de cinema, é possível que as adaptações de quadrinhos ganhem mais espaço e recebam mais investimento e reconhecimento. Conclusão No mundo todo, a relação entre quadrinhos e cinema é uma história de sucesso e de desafios. Desde os primeiros filmes de super-heróis até as produções mais recentes, as adaptações de quadrinhos para o cinema têm fascinado e conquistado o público em todo o mundo. No Brasil, essa relação também é uma realidade, embora ainda enfrente alguns desafios e limitações. Em resumo, a relação entre quadrinhos e cinema no Brasil é uma via de mão dupla, em que ambos os meios se beneficiam. Enquanto os quadrinhos fornecem um vasto material de adaptação para o cinema, o cinema, por sua vez, oferece uma oportunidade de ampliar o alcance das histórias em quadrinhos e atrair novos públicos. Apesar dos desafios envolvidos na adaptação dos quadrinhos para o cinema, é possível encontrar exemplos bem-sucedidos de filmes baseados em histórias em quadrinhos no Brasil, como "Turma da Mônica: Laços" e "Bingo: O Rei das Manhãs". Além disso, com a crescente popularidade dos quadrinhos no país, é provável que mais adaptações sejam produzidas no futuro. Em última análise, a relação entre quadrinhos e cinema no Brasil é um reflexo da riqueza e da diversidade da cultura popular brasileira, e oferece uma oportunidade para os artistas e criadores brasileiros mostrarem seu talento e sua criatividade para o mundo.
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