Jayme Cortez é um dos grandes personagens da nossa produção de história em quadrinhos no Brasil.
Nascido em Lisboa, em 1926, viajou para o Brasil, indo morar em Santos em 1947. Lá casou e teve um início bastante difícil, não deixando as oportunidades passarem.
Autodidata, trouxe de Portugal sua experiência com ilustração (trabalhou no semanário O Mosquito, onde publicou em tiras a sua primeira produção em quadrinhos).
Teve uma rápida passagem pelo jornal O Dia como chargista e logo depois foi trabalhar em um importante jornal da época, o Diário da noite, produzindo tiras em quadrinhos.
A partir dessa experiência, foi trabalhar no jornal A Gazeta , atuando no suplemento infantil Gazeta Juvenil. Ali foi a sua escola.
Nesse período, aprimorou sua arte estudando novas técnicas o que lhe permitiu, a partir de um convite de Alvaro de Moya, realizar trabalhos para a Editora La Selva como capista e diretor de arte.
O ponto de virada em sua carreira começa aqui: os anos de 1950 iniciam com uma crise na produção dos quadrinhos nos EUA, restringindo a veiculação desse material aqui no Brasil.
Isso abre um precedente para a publicação de material brasileiro pela Editora La Selva com a coordenação de Jayme Cortez. É o momento em que ele continua aprimorando sua arte e contribuindo com a produção nacional de quadrinhos.
Ao sair da Editora La Selva, tornou-se um dos fundadores da editora Continental, que mais tarde mudou o nome para Editora Outubro, publicando somente material brasileiro.
Neste momento, seu nome já estava consolidado na produção de quadrinhos e no mercado editorial. Foi um dos autores que propuseram um projeto de lei para que houvesse uma reserva de mercado capaz para incentivar a produção nacional.
Mas o projeto, infelizmente, não foi para frente.
Ele não descansou na busca por incentivos à produção nacional de quadrinhos. Em 1951, junto com Alvaro de Moya, Reinaldo de Oliveira e outros, organizou a primeira exposição internacional de quadrinhos do mundo!
Foi em São Paulo, no dia 18 de junho, uma exposição que alçou a história em quadrinho ao status de arte.
A partir da segunda metade dos Anos 70, trabalhou nas animações do Estúdio de Maurício de Sousa, sendo que antes, atuou no mercado publicitário.
Jayme Cortez faleceu em 1987 de ataque cardíaco. Em 1986 foi homenageado na Itália pelos seus mais de 50 anos de atividade.
Escreveu três livros sobre ilustrações que se tornaram clássicos.
Em 1969, recebeu o prémio Jabuti pelo seu trabalho de arte para a capa do livro “Barro Blanco”.
Em 1984, recebeu o prêmio Angelo Agostini por sua obra. No ano de sua morte, os organizadores criaram o troféu Jayme Cortez, concedido, a cada ano, para pessoas ou instituições que contribuíram para a produção nacional de história em quadrinhos no Brasil.
No final dos anos 70, Jayme Cortez atuou como ator em três filmes do diretor José Mojica Marins, o Zé do Caixão;
Pouco antes de morrer, estava organizando o álbum Histórias de Terror, uma seleção de suas histórias que foi publicada posteriormente pela Martins Fontes;
Seu documento de cidadania brasileira foi assinado pelo presidente Juscelino Kubitschek.
Seu trabalho foi importante por que ele procurou sempre incentivar a produção nacional de quadrinhos no Brasil. O seu legado está em suas obras e contribuições, servindo de inspiração para muitos artistas.
E aqui continuamos com esse trabalho, produzindo histórias em quadrinhos Br que tenham a marca da nossa cultura.
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Produzimos livros em quadrinhos e desenvolvemos projetos culturais para o setor da Economia Criativa.