O título deste post parece um pouco estranho e sugere uma contradição quando podemos achar que não é.
Mas, surpresa, pode haver uma contradição.
Escrever uma história em quadrinhos ou desenvolver um personagem entra em algumas questões que gostaria de destacar nas próximas linhas.
A primeira delas é que nem sempre temos em uma história em quadrinhos um bom personagem, digo, um personagem que esteja bem desenvolvido e que seja capaz de extravasar naquela história.
E quando digo “extravasar” quero dizer que tenha força suficiente para ter sua história contada em outras mídias.
Um personagem bem desenvolvido possui várias camadas.
E tais camadas podem ser espalhadas em outras mídias como animação, games, filmes etc.
Mas uma boa história em quadrinhos pode ser apenas uma boa história em quadrinhos. Não há problema nisso.
Uma boa história em quadrinhos pode ser um bom exercício para desenvolver um bom personagem.
E um bom personagem pode render muitas histórias. E aqui é um ponto que gostaria de também destacar.
Está relacionado com seu objetivo e possibilidades, pois quando estiver escrevendo procure visualizar melhor o seu projeto.
O que você busca?
Contar uma boa história em quadrinhos?
Ou desenvolver um bom personagem que possa carregar várias histórias em seus ombros?
Um bom personagem é multiplataforma, pode ter sua história contada em outras mídias que ele não vai perder sua força.
Não é preciso que todo projeto tenha que ser ou ter como objetivo a tal multiplataforma.
Escrever já pensando em adaptações para filmes, games, seriados de tv etc.
Mas é uma possibilidade cada vez mais usual.
No mercado exterior é algo cada vez mais comum. Um personagem é muito bem elaborado e pensado antes de estrear em uma HQ.
Mas e aqui no Brasil?
A realidade é outra ainda, mas vai acompanhar o que ocorre lá fora, com certeza, em algum momento.
Até lá sugiro que busquemos outras coisas, caso queira buscar trilhar este caminho ( a de desenvolver um bom personagem).
Estudar empreendedorismo, fazendo cursos no Sebrae.
Comece a pensar como um negócio.
Não há problema algum, pois é possível ser artista e empreendedor.
Hoje o conceito de economia criativa está em alta e é nisso que o artista deve se posicionar.
Pense um pouco: não seria legal se pudéssemos viver dos direitos autorais do nosso trabalho?
Se é seu objetivo, sugiro que estude empreendedorismo e procure também os editais de cultura e outras fontes de financiamento, além do financiamento coletivo.
Invista no seu maior ativo: o seu personagem.
Ou escreva uma boa história em quadrinhos. Não há problema nisso.
E você, está escrevendo uma história em quadrinhos ou desenvolvendo um personagem?
Tem alguma dica para compartilhar?
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Produzimos livros em quadrinhos e desenvolvemos projetos culturais para o setor da Economia Criativa.